Idiomas no currículo
Se você tem um nível de conhecimento considerável em um idioma estrangeiro, é aconselhável mencionar isso em seu currículo. Isso se aplica mesmo a vagas em que as habilidades em idiomas não sejam consideradas pré-requisitos ou mesmo nem pareçam relevantes, à primeira vista. Mostrar que você é capaz de se comunicar em outros idiomas deixa sempre uma boa impressão. Portanto, indique sempre todos os seus conhecimentos em idiomas no currículo.
Na maioria das seleções de emprego de nível superior, atualmente, as exigências de conhecimentos em idiomas vêm especificadas na descrição da vaga. A ausência dessa informação não impede você de mencionar esses conhecimentos em seu currículo. É sempre importante para um empregador saber até que ponto você fala, escreve e/ou lê em outras línguas. Mesmo que os idiomas não sejam o seu ponto forte e não pareçam relevantes para o emprego ao qual você está se candidatando, eles podem ser um diferencial em relação a outros candidatos com currículos semelhantes ao seu.
Conhecer outras línguas pode ser uma ferramenta importante no trabalho, mesmo quando não parecem imprescindíveis, em um primeiro momento. Se você for exercer uma função na qual precise atender pessoas, por exemplo, saber falar inglês em nível de conversação pode salvar um atendimento inesperado a um cliente estrangeiro.
Em diversas outras áreas, o conhecimento de outras línguas dá ao profissional o acesso a mais fontes de informação e a ferramentas que podem não ter versão em português. As empresas sabem disso e, por isso, valorizam quem oferece habilidades em idiomas no currículo.
Neste artigo, explicamos como você pode descrever seu conhecimento de idiomas no currículo e como avaliar o seu nível de fluência, entre outras dicas essenciais para fazer bonito na próxima seleção de emprego.
Como descrever seu conhecimento de idiomas no currículo
Suas habilidades em línguas estrangeiras podem ser adicionadas em uma seção específica com títulos como "Idiomas" ou "Conhecimentos de idiomas". Essa opção é a mais indicada principalmente se você for citar mais de um idioma no currículo e quiser dar destaque aos seus níveis de conhecimento em cada um deles. Caso tenha apenas um idioma para listar no currículo ou seus conhecimentos sejam apenas básicos, pode ser mais interessante acrescentar essa informação à seção de Habilidades Pessoais.
Em relação à forma de apresentação dessa informação, o mais comum é apontar apenas o idioma em questão e o seu nível de conhecimento em relação a ele. Se você optar por essa versão mais simples, pode adotar os seguintes níveis:
- Básico/Razoável
- Intermediário/Bom
- Avançado
- Fluente
- Nativo/Bilíngue
Lembre-se de não descrever seu conhecimento de um idioma como "Ruim" ou algo do tipo. Se for esse o seu nível, o melhor é deixar esse idioma de fora. Priorize aqueles nos quais seu conhecimento é realmente relevante do ponto de vista profissional. Afinal, o foco do seu currículo devem ser suas qualidades e habilidades positivas, não as negativas.
Há, ainda, a opção de detalhar mais a fundo os conhecimentos de cada idioma, fazendo distinções entre os seus níveis ao falar, ouvir, escrever e ler na língua em questão. Esse detalhamento é exigido, por exemplo, de quem cria seu currículo acadêmico na plataforma Lattes.
Para fazer esse detalhamento, você pode, por exemplo, preparar uma tabela com o nível de cada categoria (fala, compreensão, escrita e leitura) para cada idioma. Nesse caso, uma tabela com seus conhecimentos de idiomas no currículo poderia ficar como neste modelo:
Idioma | Fala | Compreensão | Escrita | Leitura |
---|---|---|---|---|
Inglês | Intermediário | Intermediário | Intermediário | Avançado |
Espanhol | Básico | Intermediário | Básico | Intermediário |
Outra opção, caso você prefira não incluir esse elemento gráfico em seu currículo, é simplesmente listar em forma de texto o nível em cada idioma e categoria. Por exemplo:
- Inglês: fala (bem), compreende (bem), escreve (bem), lê (fluente)
- Espanhol: fala (básico), compreende (bem), escreve (básico), lê (fluente)
Falar e escrever em outra língua normalmente é mais difícil que entender o que uma pessoa está falando ou ler um texto em outro idioma. Portanto, detalhar seus conhecimentos ajuda o empregador a ter uma noção melhor do quanto ele pode contar com sua habilidade em cada idioma, dependendo da situação.
Como classificar seu nível usando o sistema europeu
Outra forma de indicar o nível de proficiência em um idioma é utilizando a classificação conhecida como CEFR (Common European Framework of Reference, ou Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas). Como o próprio nome indica, essa classificação surgiu na Europa e é adotada principalmente nos países europeus. No entanto, seu uso se popularizou também em outros países, já que fornece um padrão universal ao se classificar conhecimentos em idiomas.
Esse sistema pode ser uma alternativa interessante, caso você esteja com dificuldades para avaliar seus conhecimentos em um idioma de forma segura. Caso você pretenda submeter seu currículo para seleções de emprego ou oportunidades de estudo fora do Brasil, o CEFR é ainda mais recomendado.
O CEFR estabelece três níveis de referência para os conhecimentos em um idioma, cada um deles com dois subníveis:
Nível A: Falante básico
A1: Iniciante
A2: Básico
Nível B: Falante independente
B1: Intermediário
B2: Independente
Nível C: Falante proficiente
C1: Proficiência operativa eficaz
C2: Domínio pleno
Você também pode aplicar esse sistema de classificação nas categorias mencionadas anteriormente, como leitura e fala.
Devo mencionar meu conhecimento de Português? E se eu for bilíngue?
Pessoas bilíngues são aquelas que têm nível de falante nativo em mais de um idioma. Normalmente, essa categoria se aplica a pessoas que foram alfabetizadas ou viveram em mais de um país por tempo considerável, principalmente durante a infância. Dessa forma, apresentam a mesma capacidade de se comunicar, inclusive sem (ou quase sem) sotaque em duas línguas diferentes. Se você for um falante bilíngue, isso pode contar muitos pontos a seu favor. Então, não deixe de salientar isso em seu currículo.
Quanto ao seu conhecimento da língua portuguesa, logicamente, espera-se que todo brasileiro seja um falante nativo. Ou seja, a princípio, não é relevante adicionar essa informação no currículo. No entanto, você pode reforçar esse aspecto ao preparar um currículo para uma vaga de trabalho no exterior, por exemplo. Afinal, a associação entre o país e a sua língua materna pode não ficar clara para um recrutador de outro país.
Não exagere seu nível em um idioma
Ao mencionar seus conhecimentos de idiomas no currículo, é importante que você seja honesto(a). Ou seja, não exagere o quanto você realmente domina uma língua estrangeira. Esse é um erro grave, que muitas pessoas cometem de propósito, mas pode ocorrer também por simples falta de discernimento. Portanto, procure sempre fazer uma autoavaliação sincera sobre seus conhecimentos. Se estiver em dúvida sobre suas habilidades, faça testes ou procure uma certificação no idioma.
Fique à frente da concorrência
Faça com que as suas candidaturas de emprego se destaquem dos outros candidatos.