Nacionalidade no currículo: quando e como colocar
Ainda hoje, muita gente inclui sua nacionalidade entre as informações pessoais, ao preparar um currículo. Os candidatos fazem isso, muitas vezes, sem pensar, por força do hábito. Afinal, esse é um tipo de informação que tradicionalmente se coloca em currículos, no Brasil, há muito tempo. Pode ser uma herança dos tempos em que havia um fluxo grande de imigrantes chegando ao país, até as primeiras décadas do século passado? É possível. O que importa é que, hoje em dia, incluir a nacionalidade no currículo é, na maioria das vezes, irrelevante.
Ou seja, você não é obrigado(a) a declarar sua nacionalidade no currículo e não tem muito a ganhar se fizer isso. Não apenas porque, em muitos casos, tende a ser irrelevante a nacionalidade do candidato, mas também porque, no Brasil, os empregadores assumem que os candidatos são brasileiros, salvo disposição em contrário.
Ainda assim, há situações específicas em que informar a nacionalidade no currículo pode ser interessante e até beneficiar o candidato a uma vaga de emprego. Neste artigo, trataremos do caso geral e das exceções, além de ensinar você a citar sua nacionalidade da maneira correta, se você decidir fazê-lo.
É preciso incluir a nacionalidade no currículo?
Como já dissemos, não é obrigatório indicar a sua nacionalidade no currículo. Os dados pessoais que você sempre deve incluir no currículo são: nome completo, local de residência, número de telefone e endereço de e-mail. Outros dados, como a nacionalidade, são opcionais. No caso, só vale a pena acrescentá-los se você tiver algo a ganhar. Dito isso, é uma boa ideia indicar sua nacionalidade no currículo?
Razões para não mencionar sua nacionalidade
O principal motivo para você não incluir a sua nacionalidade no currículo é simplesmente a irrelevância dessa informação, caso você esteja se candidatando a uma vaga para trabalhar no Brasil. Nesse caso, dizer que você é brasileiro(a) faz tanta diferença quanto mencionar que você é fluente em português: nenhuma.
Se você estiver concorrendo a uma vaga para trabalhar em outro país, o motivo para não mencionar sua nacionalidade no currículo pode ser outro: evitar ser discriminado(a) com base em sua nacionalidade. Isso se aplica tanto a brasileiros aplicando para vagas de trabalho no exterior quanto a estrangeiros concorrendo em uma seleção de emprego no Brasil.
A discriminação com base na nacionalidade é proibida no Brasil (assim como em outros países), da mesma forma como não se pode discriminar profissionais por gênero, cor da pele, orientação sexual ou qualquer outra característica pessoal. Infelizmente, isso não impede que ocorram casos de discriminação no mercado de trabalho devido às dificuldades que existem para se fiscalizar e comprovar casos desse tipo.
Casos em que vale a pena citar a nacionalidade
Apesar de não ser indicado, na maioria dos casos, incluir a nacionalidade no currículo, há situações em que essa informação pode contar pontos a seu favor ou, pelo menos, deixar mais clara a sua situação para o empregador.
Por exemplo, se a vaga exige fluência em determinado idioma, você pode, com sua nacionalidade, indicar que você é nativo(a) nessa língua. Isso reforçará suas credenciais e deixará o empregador mais seguro de sua habilidade no idioma.
Outro exemplo é o de um(a) profissional brasileiro(a) concorrendo a uma vaga de emprego em outro país. Caso esse(a) profissional também tenha a nacionalidade desse outro país, indicar isso no currículo pode ajudar a evitar uma possível discriminação baseada, por exemplo, no nome ou no sobrenome desse(a) profissional.
Como esses casos, pode haver outros em que mencionar sua nacionalidade é uma boa ideia. Portanto, avalie bem sua situação e pese as vantagens e desvantagens de fornecer essa informação.
Onde mencionar sua nacionalidade
A nacionalidade normalmente é listada no início do currículo, na seção de dados pessoais do candidato. Ela pode ser mencionada após o nome completo do profissional, antes ou depois das demais informações, como o seu local de residência e as suas informações de contato.
Exemplo:
Dados pessoais
João Silva de Souza
São Paulo-SP
(11) 99999-9999
joao.souza@example.com
Brasileiro, 34 anos
Como descrever sua nacionalidade
Se você já decidiu incluir sua nacionalidade no currículo, certifique-se de mencioná-la corretamente. Há duas formas de escrever sua nacionalidade.
Você pode escrevê-la concordando com seu gênero (masculino ou feminino), por exemplo:
José Medeiros Farias
Brasileiro
Joana Pereira Azambuja
Brasileira
Alternativamente, você pode concordar sua nacionalidade com a própria palavra "nacionalidade". Ou seja, escrevê-la no gênero feminino, independentemente do seu gênero. Isso se aplica aos casos em que as categorias dos dados pessoais são nomeadas no currículo. Exemplo:
Nome completo: José Medeiros Farias
Nacionalidade: brasileira
Nome completo: Joana Pereira Azambuja
Nacionalidade: Brasileira
O mesmo vale para outras nacionalidades:
- Nacionalidade: argentina
Nacionalidade: americana - Nacionalidade: francesa
- Nacionalidade: italiana
- Nacionalidade: paraguaia
Etc.
É importante destacar, no entanto, que, mesmo nesse caso, o profissional pode concordar o gênero da nacionalidade com seu próprio gênero. A única diferença é que a inclusão da palavra "Nacionalidade" torna isso opcional.
Por outro lado, não existe um padrão para casos de dupla nacionalidade. Você pode simplesmente listá-las na mesma linha, com algum elemento separador de sua preferência. Por exemplo:
Maria dos Santos Carvalho
Brasileira; Argentina
Nome completo: Mário Gouveia de Matos
Nacionalidade: brasileiro, italiano
Cidadania: vale a pena mencionar?
As palavras nacionalidade e cidadania tendem a ser usadas como sinônimos, mas não são. Na verdade, a cidadania lhe confere o direito de participar na vida política do Estado do qual você tem nacionalidade e há alguns casos em que uma pessoa pode ter a nacionalidade, mas não a cidadania. Porém, geralmente, não se coloca a cidadania no currículo, a nacionalidade é suficiente.
Finalmente
A menção à nacionalidade no currículo, como muitos outros elementos, não é obrigatória, mas pode ser uma boa opção em diversas situações. Em casos assim, você deve ter bom senso e calcular possíveis benefícios dessa informação para a sua candidatura, ao preparar seu currículo.
Fique à frente da concorrência
Faça com que as suas candidaturas de emprego se destaquem dos outros candidatos.